Campo Bom anuncia grande plano de combate às enchentes; veja quais são as medidas Entre as ações, estão previstos a implantação de sistema de bombeamento móvel, o desassoreamento de arroios e a elaboração de estudos para a construção de diques O Município de Campo Bom está dando início ao maior plano de combate às enchentes da história da cidade. O prefeito Luciano Orsi anunciou, nesta terça-feira (28), como será o enfrentamento às emergências climáticas que prevê, entre outras ações inéditas, a implantação de um sistema de bombeamento móvel nos bairros Operária e Vila Rica e a elaboração de estudos para a construção de diques no 25 de Julho, Porto Blos e Vila Rica. “A maior tragédia climática da nossa história provavelmente não poderia ter sido evitada, mas nós entendemos que há medidas que o Município pode, sim, tomar, a fim de garantir mais proteção aos seus moradores. Por isso, determinei que as secretarias de Obras e de Meio Ambiente desenvolvessem um plano de ação para minimizar os impactos de possíveis novas enchentes”, afirma Orsi. Por conta da responsabilidade fiscal que guiou a administração municipal nos últimos anos, o prefeito informa que a Prefeitura tem dinheiro em caixa e reservou até R$ 3 milhões para investimento imediato. O trabalho já começou O plano foi dividido em etapas, com medidas de curto, médio e longo prazo. Isso significa que em pouco tempo a população já verá resultados. “Nós iniciamos a desobstrução e limpeza das redes pluviais com hidrojateamento, tirando todo o lodo que ficou por causa da enchente”, destaca Gênifer Engers, secretária municipal de Obras, Planejamento e Serviços Urbanos. O processo começou no bairro Operária, mas será realizado em toda a cidade, recuperando a condição total de escoamento da água das chuvas. Outra ação que já está em curso é o desassoreamento dos arroios, observa a secretária, medida que vai remover o excesso de areia, lodo e galhos, dando maior vazão e diminuindo o volume de água que transborda dos arroios e invade as casas. A operação de desassoreamento começou pelo Arroio Schmidt e vai passar por todos os arroios do município, sendo o próximo o Weidler, depois Quatro Colônias, Peri, Leão e Goethel. Mais medidas de curto prazo são a aquisição de bombas para a implantação de um sistema de bombeamento móvel nos bairros Operária e Vila Rica, a instalação de comportas nos sistemas de drenagem de Operária e Vila Rica, bem como o redimensionamento do sistema da Operária. Um sistema provisório de bombeamento já foi colocado em funcionamento nas últimas semanas na Vila Rica a fim de tirar a água parada das ruas Marcos Silvano e Fortunato Gambim. Com as novas bombas, isso será replicado na Operária, diminuindo os alagamentos nas ruas Alecrim, Imbúia, Jacarandá e Araucária e suas transversais. O plano prevê ainda a implantação de bacias de contenção nos arroios Weidler e Quatro Colônias visando proporcionar maior controle da vazão dos arroios, além da reconstrução da galeria pluvial da Rua Fridolino Martin e o estudo, junto aos demais órgãos competentes, da possibilidade de redimensionamento do Arroio Peri, no bairro Imigrante Norte. Respeito às normas ambientais Uma das primeiras determinações do plano é a criação de um comitê que tem como principal atribuição a proposição de medidas de combate às enchentes. O grupo será composto por representantes das secretarias de Obras, de Meio Ambiente e de Desenvolvimento Social, da Defesa Civil, do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comdema) e da Câmara de Vereadores, entre outros. “Nós temos como objetivo planejar medidas que vão minimizar os problemas causados pelas grandes precipitações que, de forma cada vez mais recorrente, atingem o município e a região como um todo. É importante salientar que tudo que está sendo feito respeita a legislação ambiental”, pontua o secretário de Meio Ambiente, Cláudio Cunha. A médio e longo prazo, o plano estabelece a recomposição das matas ciliares de todos os cursos d’água do município, o que Campo Bom já fez em trecho do arroio Quatro Colônias, na altura da Avenida dos Municípios, por exemplo, com a plantação de mais de 3 mil mudas de árvores entre 2019 e 2023. E os diques? Desde o início das enchentes no Rio Grande do Sul, muito tem se falado em diques. Campo Bom não tem nenhum, mas isso pode mudar em breve. O plano anunciado pelo prefeito Orsi prevê a elaboração de estudos para a implantação de diques, sistemas de contenção para o Rio dos Sinos, próximo à Corsan, no bairro 25 de Julho, e na Rua das Flores, no Porto Blos e Vila Rica. Os estudos devem ser apresentados à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Realocação da população ribeirinha e outras medidas de longo prazo Uma das grandes preocupações da administração municipal é a segurança da população que vive em áreas de inundação onde não há como garantir proteção por meio de medidas estruturais. Sendo assim, o plano indica a possibilidade de realocação destas pessoas a médio e longo prazo. Outros estudos para a implantação de mais bacias de contenção ao longo dos arroios serão elaborados. A fiscalização de ocupações em áreas de risco será intensificada, bem como o Plano Diretor será atualizado no que diz respeito ao tamanho da planície de inundação. Uma brigada de voluntários deve ser formada, coordenada pela Defesa Civil e com treinamento periódico, visando o resgate e acolhimento de vítimas de enchentes. Um plano de evacuação de áreas de risco será criado, com instalação de sistema de alertas e de um programa de preparação à população para a desocupação. “Nós sabemos que a questão das enchentes depende de toda a bacia do Rio dos Sinos e de outras bacias, mas Campo Bom está fazendo a sua parte. Vamos pleitear junto a todo o Estado e ao Governo Federal que também façam sua parte a fim de evitar que voltemos a ter enchentes tão devastadoras quanto a que tivemos agora. Juntos, vamos superar o momento mais difícil da nossa história e sair mais fortes”, conclui o prefeito Luciano Orsi. Foto: Divulgação/PMCB